http://www.publico.pt/politica/noticia/o-mundo-financeiro-tem-os-politicos-todos-na-mao-1691239
O líder do PCP, após uma audiência com o cardeal patriarca, identificou convergências sobre a necessidade de alterar o rumo desta política. Afirmou ter no partido dezenas de milhares de católicos. Sentiu-se chocado?
Não. Como pároco que fui de Santo António dos Cavaleiros conheci muitos militantes do PCP que eram da Igreja, nunca os excluí. Tinha do CDS, de todos os partidos. A Igreja tem de ser um espaço de diálogo e comunhão. Vai além das nossas divergências. Quanto ao sistema económico e a crise a que chegámos, há muitas coisas que não domino. Hoje sabemos que o mundo financeiro tem os políticos todos na mão. Nenhum político pode fazer política, se não conseguir ter alguma boa relação com o mundo financeiro. Tem, pelo menos, de lhes dar confiança, ou eles fogem e ficamos a mendigar. Era o que estava a acontecer. Estavam a degolar-nos com juros usurários. Este mundo financeiro não perdoa. O que o Governo português fez foi sujeitar-se a muitas das exigências. Mas, pelo menos, conseguiu baixar os juros. A dívida é que se mantém.