O quotidiano de um professor de apoio

Sou professor de cerca 40 alunos de seis turmas de 2º ano, 15h por semana da parte da manhã e 10h da parte da tarde, com um tempo médio de 4,5h por turma.

Os meus alunos estão todos com dificuldades de aprendizagem, na leitura e na escrita, embora também na sua maioria com dificuldades na matemática e estudo do meio. Trabalho em duas escolas distintas, numa escola de 5 salas com 2 turmas, e numa escola de 15 salas com 4 turmas.

O meu trabalho no subdepartamento do 2º ano consiste em colaborar com os titulares de turma, de forma a encontrar estratégias para recuperar os alunos, e evitar que tenham de ficar no 2º ano. Umas vezes dentro da sala de aula, outras vezes em pequenos espaços escolares (na sala de estudo, ou num recanto da biblioteca), com 6 alunos em média procuro rever casos de leitura, ou reiniciar a aprendizagem através de lições apelativas e métodos diversificados da aprendizagem da leitura.

Algumas vezes uso computadores, onde os alunos exercitam jogos de leitura e escrita com prazer. Alguns alunos aprenderam a retirar as palavras para o caderno, de forma a terem um suporte de apoio à escrita no computador. O exercício do conhecimento da equivalência de letras maiúsculas e minúsculas é sempre garantido. O empenho de alunos desinteressados aumenta, e por vezes é o seu renovado empenho que pode garantir o desejado, mas difícil objetivo de aprendizagem da leitura/escrita.

Só a consistência de um trabalho  mais individualizado, de três dias semanais ou mais, pode fazer a diferença na aprendizagem de alunos com menos capacidade cognitiva, desinteresse pela escola ou  hiperatividade.

Comparando este ano letivo, com o anterior verifico que no meu agrupamento houve um  forte reforço de professores de apoio, (fruto da política desastrada do anterior ministro, que castigava no crédito horário, as escolas com notas baixas na avaliação externa)  que me tem permitido fazer um trabalho com a sequência desejada, para a recuperação de alunos com dificuldades de aprendizagem.

O momento de maior satisfação a nível profissional é quando um aluno cuja esperança se tinham esgotado, aparece com um livro da biblioteca na mão e nos lê a primeira página e sabemos que a não decorou.

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