Carta aberta – Ana Cristina Martins

Sr. Ministro da Educação
Sr. Primeiro Ministro,

Fala-vos uma indefectível defensora da geringonça que considerou genial a primeira grande decisão deste ministério da educação. Acabar com a sangria de dinheiro público para os colégios com contrato de associação, foi da mais elementar justiça e teve a vantagem acrescida de agradar a uma grande maioria dos eleitores, tendo também conquistado a simpatia dos sindicatos.
Um verdadeiro ovo de Colombo em que todos ficamos a ganhar.
Mas o que gostaria de dizer, Srs. Ministros, era outra coisa. Nenhum governo chega muito longe a fazer coisas que as pessoas não compreendam.
Os professores têm sido pessoas muito massacradas no que toca a medidas incompreensíveis, era bom que os Srs. tivessem isso presente. Nos últimos anos, os governos têm optado por tomar medidas contra os professores em vez de as tomarem com os professores.
Os professores são muitos mais do que aqueles que na qualidade de representantes sindicais negoceiam com V. Exas. e esses professores estão espantados com o alargamento do calendário escolar para o próximo ano lectivo. Refiro-me em particular aos professores do 1° Ciclo do Ensino Básico, aqueles que trabalham mais horas do que quaisquer outros nos restantes ciclos de ensino e também aqueles que viram o anterior ministro, Crato, retirar-lhes do horário de trabalho as pausas do recreio. Aqueles que, Srs. Ministros, se arrastam nas escolas até aos 66 anos, a tentar estar à altura da energia de crianças de 6, 7, 8 e 9 anos.
Estou certa, Sr. Ministro da Educação e Sr. Primeiro Ministro, que V. Exas. serão sensíveis ao exposto; que perceberão a necessidade de fazer sentir a estes professores que os seus problemas interessam ao governo; que estarão disponíveis para resolver alguns deles…
Grata pela atenção e na expectativa de poder continuar a ser uma defensora da geringonça, deixo ainda um alerta que considero importante:
Os professores não precisam de sindicatos para se mobilizarem, saberão fazê-lo sózinhos havendo necessidade.
Com os meus cumprimentos,
Ana Cristina Martins

 

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5 respostas a Carta aberta – Ana Cristina Martins

  1. coeh diz:

    subscrevo na integra!

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  2. Armando Morais diz:

    Se estiverem de acordo partilhem…eu concordei e vou partilhar até aos limites.

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  3. Armando Morais diz:

    Se estiverem de acordo partilhem…eu concordei e vou partilhar até aos limites

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  4. Plenamente de acordo. Vou partilhar para que esta carta aberta chegue ao maior número de pessoas.

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